quinta-feira, 16 de outubro de 2014



DOS AMIGOS QUE TIVE

No tempo
em que eu era ridículo
eu tive amigos
ridículos.

No tempo
em que eu era pobre
tive amigos e inimigos
na miséria.

No tempo em que tive
meus vícios
convivi com amigos
viciados, embriagados...
sem pudor e sem ética.

No tempo
em que eu era polêmico
tive amigos
problemáticos.

No tempo
em que eu era político
tive amigos
politizados.

No tempo
em que viajei pelo mundo
tive amigos viajantes
em terras interessantes.

No tempo
em que eu era
religioso
tive amigos de fé.

No tempo
em que eu era jogador
tive amigos
que faziam  jogadas da vida.

No tempo todo
da vida de poeta
eu tive amigos
poetas
e amei e amei
intensamente
meus supostos amores,

me apaixonei
visceralmente,
me doei nestas paixões
e fui feliz e infeliz
e gargalhei e chorei
mas fui amigo apaixonado
em todos os tempos alados.

No tempo
da minha vida,
a minha vida toda
amei
todos amigos
que tive.



HOMEM


Sou tão animal
quanto pareço.
Tenho pêlos
poros
sangue
sexo...
e seja feita
a minha vontade.

Sou tão alma
que transpareço.
Tenho fé
transcendentalismo
sonhos...
e seja feita
a Vossa vontade.

Meu corpo é finito
e limitado,
minha alma é mística
e eterna,
meu prazer alienado,
minha imaginação
voa... dúbia...

Meus músculos
células
tecidos
e órgãos
buscam compatibilidade
entre si,
meu espírito
busca harmonia.
E sou tão animal
quanto pareço
porém
tão alma
que transpareço.

Sou homem
sou terra
sou um pedaço de mundo.

Sou mulher
sou mar
sou um pedaço de vida.

Tão animal
quanto pareço
Tão alma
que transpareço
e tão insignificante
quanto ao cosmos.

Sou
multidão!!

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