Noites de festas gaudérias. Peões e prendas desfilam pilchados com suas roupas tradicionalistas. Os galpões de eucalípto decorados com a temática farroupilha. Os gaúchos comemoram o feito dos antepassados que se rebelaram contra o Império e fundaram a primeira república brasileira nos idos do século 19. Homens comuns viraram heróis e hoje são nomes de cidades, ruas e praças por todo o estado. A guerra marcou época e até hoje é festejada como um ato de bravura e que teve além de milhares de mortes um final satisfatório para os dois lados envolvidos. No final tudo ficou Brasil. Soldados foram promovidos e receberam terras. Os anos e décadas e séculos passaram e aqui estamos, comemorando a Revolução Farroupilha. 175 anos depois.
Em Porto Alegre, a capital, onde começou a Revolta dos Farrapos, está montado um parque temático, o Acampamento, com centenas de piquetes de tradição gaúcha, onde ocorrem diariamente bailes, jantares e festas com milhares de pessoas. Muito churrasco, chimarrão e cerveja e vinho e canha. Gaiteiros e guitarristas e cantores fazem shows. Trovadores fazem seus repentes e desafios. Todos brindam e se divertem. Outros só pensam em namoro.
Visitei vários PTGs e DTGs e CTGs. No PTG Desgarrados do Partenon encontrei galos com chapéus e indumentárias apropriadas com motivo tradicionalista, o que chama a atenção do público no acampamento. Fui recebido, juntamente com o o empresário Antônio Severo, pelo patrão deste PTG, o tradicionalista Reginaldo Casagrande. Acabamos provando o jantar: frango ao molho, com arroz e saladas. Perguntei se a carne era dos galos. Afirmou que não. E era macia mesmo pra ser de galo velho de esporas e cristas longas!
Também o PTG Família e Tradição, que tem como patrão o jovem Éder Ferraz, nos mostrou seus galos e os coelhos expostos no local. Estes não são pra comer, salientou, antes que eu perguntasse quando seria o churrasco de coelhos.
E as semanas seguem com muita gaita e vanera e milonga. Muita gente bonita e outras esquisitas. É a festa do Rio Grande do Sul, aqui na capital e em todo o interior, que só encerra em 20 de setembro com o desfile dos cavalarianos e carroças. Um povo que cultua sua história! Esta é a conclusão.
Façamos um brinde, dancemos, mas não perdemos o foco de que temos sempre que avançar nos conceitos para que tenhamos uma humanidade cada vez mais civilizada e pacífica.
E tudo isso em plena campanha eleitoral.
Viva a democracia! Viva o Rio Grande!!