sexta-feira, 14 de agosto de 2009

CAMINHADAS

Nas caminhadas que realizo diariamente, no calçadão da praia Areias Brancas, em Rosário do Sul, ou na orla do lago Guaíba, em Porto Alegre, observo a natureza e penso e penso e penso muito, não só na minha agenda cotidiana, mas também nos acontecimentos que envolvem nossa existência. Dia destes, caminhando com um amigo diabético, na tentativa de baixar a taxa da glicose, falávamos do amor e do sexo, coisas que vão além da racionalidade e da emoção humana, atravessam as fronteiras da natureza e enxergamos nos animais e no próprio cosmos. Parece que tudo é sexual, os pássaros se unem, os animais diversos procuram companheiros sexuais e o orgasmo não é um privilégio do bicho homem. Parece que tudo que existe, se move, tem vida, procura parceria para seu desejo ou senso de preservação da espécie. Porém nós, humanos, conceituamos este ato e o transformamos em paixão, amor, escravidão de um ser pelo outro, dependência psicológica, razão de existir e até ato violento de posse. Por este sentimento muitas mortes acontecem e no fim tudo desaparece.
Também na caminhada falamos de negócios, política, corrupção administrativa, esportes, literatura, negócios, mulheres, construções, música, eventos, comidas, viagens e vários assuntos do momento e do passado, pois História é um prato cheio para se desenvolver a mente e comparar os tempos idos com os atuais.
Enquanto a pele sua, o cabelo ensopa, o sangue ferve e os músculos se contraem, nossa mente pensa e pensa, e nossa língua fala e fala.
Depois um alongamento relaxa o corpo que então entra no carro e volta para a rotina diária, aos afazeres da vida moderna. Mas fica o saldo de que a missão está cumprida, dia a dia, acreditando em algo, fazendo por todos e principalmente por nós, afinal a vida é única. Será que é única mesmo ou haverá uma nova vida em outra dimensão, em outro plano que a física não explica? Isto também é assunto para novas caminhadas e assim seguimos vivendo, de caminhada em caminhada, avançando.

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